Jardim de Infância Waldorf. Buscamos favorecer o desabrochar saudável das pequenas crianças beneficiadas há mais de 15 anos pela nossa Pedagogia.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
BOLO TOFFE
BOLO TOFFE
INGREDIENTES:
150G de Tâmaras picadas
125ml de água fria
1 colher (chá) de bicarbonato
150g de manteiga
150g de açúcar mascavo
2 ovos médios batidos
1 colher (chá) de essência de baunilha
175g de farinha de trigo com fermento (eu uso a farinha integral e coloco fermento)
COBERTURA
6 colheres (sopa) de doce de leite
Sugestões: Usar assadeira 28cmx18cm
COMO FAZER:
1 – Preaqueça o forno a 180º, unte uma assadeira de 28cmx18cm e forre a base com papel manteiga para o bolo não grudar.
2 – Ponha as Tâmaras em uma panela com água. Leve para ferver, tire do fogo e junte o bicarbonato - vai ficar efervecente!! Deixe esfriar.
3 – coloque a manteiga em temperatura ambiente com o açúcar em uma tigela. Bata com a batedeira ou o batedor manual até ficar leve e aerada. Junte os ovos e a baunilha e bata mais.
4 – incorpore a farinha à massa com a colher de metal e misture as tâmaras com água. Despeje na assadeira, ponha na grade central do forno e asse por 25-30 minutos, até crescer.
5 – Deixe o bolo esfriar por 10 minutos e desenforme em uma tabua. Espere terminar de esfriar, corte em 24 quadrados e, usando a espátula, cubra-os com doce de leite.
6 – Bom apetite pra todo mundo!!!
receita Maíra Schembri imagem da internet
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
A Criança e a Vida
A criança e a vida
Companheira do sol e da raízes, cheguei à grande cidade. Numa mão levava o diploma, na outra, o medo. O resto era a história antiga da minha solidão e da minha esperança...
A escola que me deram não era um desses poéticos lugares, brancos e cheios de flores com que sonhamos no fim do curso: era um velho primeiro andar, de uma rua suja de sal, pregões e umidade. Os rapazes que me deram também não tinham nada de comum com esses meninos de bata branca, normais, nos primeiros dias de aula, e que as mãezinhas nos entregam como se fossem de porcelana.
Lembro-me desse nosso primeiro encontro, tão comovidamente, que receio não encontrar a palavra exata para o esboçar.
Abri a porta e eles entraram. Eram quarenta e cinco e faltavam carteiras. Faltavam muitas carteiras, mesmo quando os sentei três a três e pus cinco na mesa que me destinaram para secretária. O diretor chegou e disse: — Este é o seu reino e aqui tem os seus “meninos”. E sorria. — Se tiver sarilhos – há de tê-los, mas não estranhe – a esquadra da polícia fica no fim da rua. E eu estou ao seu dispor. Para as necessidades imediatas, aqui tem isto. Tem de escolher desde o princípio: ou a Senhora, ou eles. Sem complacências, se quiser sobreviver. Lamento dar-lhe a escória. Mas, paciência.
Desceu a escada.
E eu fiquei ali, face à nova aventura.
O silêncio que me envolveu era um silêncio pesado, expectante. E, no meio do silêncio, eles ali estavam, na manhã que nascia. Esculpidos em vento e mar. Vinham dos barcos ancorados no cais, do bairro de lata, de sabe-Deus-donde. Traziam nas mãos em vez de mala e livros – não sei porque mas traziam – folhas de plátano e ramos amendoeiras floridas. O outono dourava-lhes os cabelos. Eram sementes vivas da mais autêntica liberdade e não sabiam nada de preconceitos , nem de palavras, nem de coisa nenhuma.
Olhei-os também em silêncio. Um por um. Longamente. Depois, peguei na régua que o diretor acabara de oferecer-me como apoio e dei-a ao que me pareceu mais velho: Toma! Vai atirar fora. E depois, não sei o que lhes disse. Mas a fome de ternura era neles como o sol, a chuva e o desconforto. E como éramos primários, pobres e sozinhos, estabelecemos desde aquela hora um entendimento lúcido e discreto.
E foi assim que ficamos solidários e amigos – para sempre –
Aprendi então que a verdade é uma palavra real.
E a lealdade, também.
Depois muitos vieram: da Europa, da África, das ilhas perdidas do Atlântico. Mas ali, na escola úmida e despojada, é que aconteceu o milagre que nunca mais se repetira.
Tenho me perguntado muitas vezes por quê. E cada vez vou tendo mais certeza que o excesso de conforto destrói o rosto iluminado do homem. Aqueles não tinham, não esperavam, nem pediam nada: por isso, estavam disponíveis para tudo. Os passeios que demos, as notícias que comentamos, os poemas que lemos, a vida que conscientemente os ajudei a desvendar, foram a sua primeira riqueza e fizeram crescer na “escória” uma branca flor da fraterna alegria.
Foi como se um vento de loucura nos tivesse perturbado, e o mundo estivesse suspenso do que fizéssemos. E nas paredes sujas da sala, pintamos o sol e pássaros verdes. E nos buracos dos tinteiros partidos nasceram flores. Eles eram a terra quente e aprenderam a ama-la também. E a pobreza que os esboçava começou a ser um pretexto, não para a sua derrota, mas a sua dignidade e a sua força.
A alegria daqueles rapazes contagiava os indiferentes e as pessoas, muitas, muitas: poetas, pintores, operários sentiam que junto deles as manhãs eram mais claras e a fome mais terrível. Hoje alguns serão operários honestos, ardinas apressadas, vendedores ambulantes; outros serão marinheiros, outros, sei lá o que serão! Sei lá o que a vida faz deles!
Estas páginas são uma homenagem que lhes devo. Guardei-as, dia após dia, ano após ano, até os perder nos novos caminhos que tive que pisar, como um testemunho.
Oxalá alguns deles possam ler estas linhas e reencontrar-se nelas.
Não eram gênios, nem poetas, nem meninos-prodígio. Eram filhos de pescadores, de varinas, de ladrões-de-coisas... essenciais ao dia a dia. Moravam em casas com buracos e dormiam nos barcos, no vão das portas, nos degraus da doca, em qualquer sítio. Alimentavam-se de um bocadinho de pão, de um peixe assado e às vezes de água. Apenas. Tinham oito, nove, dez, onze, quinze anos, mas conheciam as mil maneiras de escapar aos policiais, de viajar de borla, de sobreviver. Os dias eram-lhes duros e comprados com muita coragem e destemor. Por isso custei a entender –ENTENDI!!?- como a poesia foi para eles tão violenta e tão fácil. Pediam para fazer poemas, como quem pede o pão da fome. A principio a medo, ingênuos. Depois, a mergulharem na aventura da palavra com uma dor e lucidez já adultas.
Quando expus a primeira coletânea de textos destes rapazes, ilustrados por alguns dos nomes mais validos da nossa pintura, o ambiente que cercou a exposição, ao verem a idade dos autores, foi de suspeita e duvida. Quando eles apareciam, desgrenhados e sujos – a hilaridade quase completa. E eram eles que me confortavam, soberanos: - Deixe lá. Têm a cabeça cheia de vento. Não percebem nada.
E ficava tudo certo, outra vez.
Mas ensinaram-me que, quando se é humilhado naquilo que em nós é claridade e certeza, aprende-se mais depressa o sentido de liberdade, da paz, do ódio, do amor e do ridículo do quotidiano. Eles revelaram-me que a miséria transforma as crianças, mais que os adultos, em anjos implacáveis de lucidez, e que a fome lhes ateia e lhes faz crescer nos olhos brancas e terríveis asas de sonho ou destruição.
E há, nestes anjos de fogo, uma voz oculta e violenta em que é preciso, é urgente, meditarmos. Ela pode denunciar, construir ou semear a alegria, a vergonha ou o remorso.
Ela pode ser a semente da esperança, da paz entre os homens.
Ela pode ser ódio.
Ela pode ser o amor.
Maria Rosa colaço
A vida e a criança
Lisboa, Ed.ulmeiro, 1996
(Adaptação)
imagem da internet
terça-feira, 18 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
A primavera no nosso quintal
"Mil flores mil cores perfumes encantadores vem vindo a primavera enfeitar nossa terra... São rosas, jasmins, violetas e alecrins, são lirios e alamandas, margaridas sem fim..."
imagem arquivo proprio
terça-feira, 11 de setembro de 2012
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
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